PREVALÊNCIA E FATORES DE RISCO DAS DISLIPIDEMIAS EM JOVENS: UMA REVISÃO NARRATIVA DA LITERATURA

Resumo

INTRODUÇÃO: As dislipidemias caracterizam-se por alterações nos níveis séricos de lipídios, como colesterol e triglicerídeos, e representam um importante problema de saúde pública. Essas alterações estão associadas ao desenvolvimento de aterosclerose, doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral, afetando inclusive jovens de 15 a 29 anos. Fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida têm papel relevante no aumento da prevalência dessa condição. OBJETIVOS: Investigar a prevalência das dislipidemias em jovens, analisando fatores de risco associados e suas implicações para a prevenção e intervenção precoce. METODOLOGIA: Foi realizada uma revisão bibliográfica narrativa com análise descritiva e integrativa dos achados. As bases de dados foram BVS, LILACS e SciELO, no período de 2014 a 2024, utilizando os descritores “Dislipidemias”, “Jovens”, “Risco” e “Colesterol”. Os critérios de inclusão foram artigos publicados em português entre 2014 e 2024, texto integral disponível gratuitamente, que abordassem prevalência, fatores de risco ou perfil lipídico em jovens (ou estudos que incluíssem faixa etária jovem), e revisões que apresentassem dados empíricos relevantes. Já os critérios de exclusão foram publicações em outros idiomas; obras fora do período definido; estudos que tratassem exclusivamente de outras patologias (sem foco em dislipidemia) ou sem aplicabilidade ao problema proposto. Após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, seguida da leitura de títulos e resumos e, quando pertinente, leitura do texto integral, foram selecionados 12 artigos, de um conjunto inicial de 25 artigos localizados na triagem, para análise descritiva e discussão. Limitações metodológicas dos estudos originais quanto ao risco de viés elevado e amostras pequenas em alguns ensaios foram consideradas na análise. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os estudos apontaram alta prevalência de dislipidemias em jovens, sobretudo associadas a sedentarismo, hábitos alimentares inadequados, sobrepeso, obesidade e predisposição genética. A alteração mais frequente foi o HDL baixo, especialmente em universitários. Houve ainda evidência de baixa adesão à prática regular de atividade física e desconhecimento sobre o perfil lipídico, o que dificulta o rastreamento precoce. Pesquisas nacionais também destacaram a influência de fatores socioeconômicos (baixa escolaridade) e clínicos (hipertensão, diabetes e obesidade) no perfil lipídico. De forma geral, os achados reforçam a importância de ações preventivas e políticas públicas voltadas à promoção de hábitos saudáveis e ao acompanhamento laboratorial em jovens. CONCLUSÃO: A dislipidemia em jovens configura-se como relevante desafio para a saúde pública, por aumentar o risco de doenças metabólicas e cardiovasculares precoces. A conscientização populacional, associada ao rastreamento periódico e estratégias de prevenção, é essencial para reduzir sua prevalência e impacto a longo prazo.