PANORAMA DA SÍFILIS GESTACIONAL E CONGÊNITA ENTRE 2015 E 2024 NO MUNICÍPIO DE “X”: INFLUÊNCIA DA FAIXA ETÁRIA MATERNA

Autores

Palavras-chave:

Epidemiologia, Sífilis Congênita; , Sífilis na Gestação;, Saúde Pública

Resumo

INTRODUÇÃO: A Sífilis Gestacional (SG) é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum e rastreada durante o acompanhamento pré-natal devido sua transmissão vertical, podendo gerar a Sífilis Congênita (SC) e causar complicações graves em recém-nascidos, como surdez, cegueira, paralisia, entre outros. Apesar de ter tratamento e cura, a infecção ainda é um problema de saúde pública, especialmente no Município “X”. OBJETIVO: Descrever a evolução temporal e o perfil epidemiológico da sífilis gestacional e congênita no município de “X” entre 2015 e 2024. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal, descritivo e quantitativo, com base em dados secundários coletados no repositório de dados dos Sistemas de Informação da Secretaria de Estado de Saúde de “X” (DwWeb SES-”X”). Foram incluídos dados dos casos de SG e SC notificados no município de “X”, entre 2015 e 2024, além de especificações do momento do diagnóstico (trimestre, pré-natal, idade materna). A análise ocorreu por meio de tabelas e gráficos na ferramenta Microsoft Excel 2016, a partir do cálculo da frequência relativa, da média e dos desvios-padrão das variáveis, sendo utilizado um intervalo de confiança (IC) de 95%. RESULTADOS e DISCUSSÃO: O município de “X” notificou, entre 2015 e 2024, 773 casos de SG e 656 casos de SC. Observa-se um aumento quantitativo de casos ao longo do período analisado, sendo que 39,19% dos casos de SG e 34,29% dos casos de SC concentraram-se nos dois  últimos anos (2023 e 2024), podendo esta incidência decorrer do aumento das infecções ou da diminuição da subnotificação. Isso se reforça ao avaliar que, entre os casos registrados, 53,42% das gestantes com sífilis foram diagnosticadas ainda no primeiro trimestre, e em 81,4% dos casos de SC, as mães haviam recebido o diagnóstico de sífilis durante o pré-natal. Assim, infere-se que o aumento das notificações está diretamente relacionado à melhoria da qualidade da assistência pré-natal. Contudo, ainda há desafios. A idade materna mostrou-se um importante marcador durante a análise: a média foi de 24,19 anos para SG (desvio-padrão = 5,72; IC95% = 23,79-24,59) e de 23,85 anos para SC (desvio-padrão = 5,11; IC95% = 23,46-24,24). Isso reflete, por sua vez, algumas das fragilidades na educação sexual da região e a maior exposição da população jovem a comportamentos de risco. CONCLUSÕES: Os dados evidenciam que a SG e a SC no município de “X” mantêm índices elevados, com aumento nos últimos dois anos, podendo refletir maior cobertura do pré-natal, falhas no manejo clínico e na adesão terapêutica ou mesmo redução da subnotificação. Reforça-se, assim, a importância do aprimoramento da assistência pré-natal e da implementação de políticas públicas integradas voltadas à prevenção, diagnóstico precoce e tratamento oportuno, principalmente entre adolescentes e jovens, a fim de reduzir a transmissão vertical e mitigar o impacto sobre a saúde materno-infantil.

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Biografia do Autor

  • Amanda Rocha Evangelista, IFMSA Brazil UFR

    https://orcid.org/0009-0000-4509-1098

  • Rafaela Magalhães Arsénio, IFMSA Brazil UFR

    https://orcid.org/0000-0003-4027-0331

  • Isabelle Cadore Galli , IFMSA Brazil UFR

    https://orcid.org/0009-0008-5185-3077

  • Mariana Galhardo Carneiro, IFMSA Brazil UFR

    https://orcid.org/0009-0001-7228-3578

  • Isabella Souza do Valle Pereira , IFMSA Brazil UFR

    https://orcid.org/0009-0007-9084-6948

Referências

1. BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Brasília, DF, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/aids/pt-br/central-de-conteudo/pcdts/2022/ist/pcdt-ist-2022_isbn-1.pdf/view. Acesso em: 15 set. 2025.

2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Boletim Epidemiológico - Sífilis 2024. Brasília, DF, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/aids/pt-br/central-de-conteudo/boletins-epidemiologicos/2024/boletim_sifilis_2024_e.pdf/view. Acesso em: 15 set. 2025.

3. Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso. DwWeb SES-MT - Repositório de dados dos Sistemas de Informação da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso. Disponível em: http://appweb3.saude.mt.gov.br/dw. Acesso em: 15 set. 2025.

Publicado

2025-12-08

Como Citar

PANORAMA DA SÍFILIS GESTACIONAL E CONGÊNITA ENTRE 2015 E 2024 NO MUNICÍPIO DE “X”: INFLUÊNCIA DA FAIXA ETÁRIA MATERNA. (2025). Anais Do Momento Científico Da IFMSA Brazil, 63(2). https://revistas.ifmsabrazil.org/eventos/article/view/1402