TENDÊNCIA DA COBERTURA VACINAL INFANTIL DA PENTAVALENTE EM GOIÁS: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA

Autores

Palavras-chave:

Pentavalente, Epidemiologia, Cobertura Vacinal

Resumo

INTRODUÇÃO: A vacina pentavalente protege crianças contra Difteria, Tétano, Coqueluche, Poliomielite e Haemophilus Influenzae tipo B. Estudos recentes indicam queda na cobertura vacinal no Brasil e na América Latina, relacionada a dificuldades de acesso aos serviços de saúde e à pandemia de COVID-19, aumentando o risco de surtos de doenças preveníveis. OBJETIVO: Analisar a tendência e a variabilidade da cobertura vacinal da pentavalente em Goiás no período de 2015 a 2024, a fim de projetar o índice de imunização na próxima década e discutir as implicações epidemiológicas para o planejamento de ações em saúde pública. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo observacional, ecológico e retrospectivo, realizado com dados agregados de imunização infantil da vacina pentavalente em Goiás, no período de 2015 a 2024. Os dados de 2015 a 2022 foram obtidos do DATASUS, enquanto os dados de 2023 e 2024 foram retirados do site do Ministério da Saúde. A análise utilizou regressão linear para identificar a tendência temporal da cobertura vacinal e projetar valores futuros. Além disso, foi calculado o desvio padrão, tanto histórico quanto dos resíduos, para mensurar a dispersão dos dados em relação à linha de tendência, permitindo avaliar a variabilidade anual da cobertura vacinal. RESULTADOS e DISCUSSÃO: A análise da cobertura vacinal da vacina pentavalente em Goiás, no período de 2015 a 2024, revelou uma queda média anual de 1,02 pontos percentuais. A análise de desvio padrão mostrou uma variabilidade significativa ao longo dos anos, com o desvio padrão histórico de 7,75% e o desvio padrão dos resíduos de 7,18%. Essa variabilidade indica que o declínio não foi uniforme, com oscilações consideráveis nos índices anuais. ​Com base nessa tendência, a projeção para a próxima década estima uma redução gradual da cobertura, de aproximadamente 74% em 2025 para 65% em 2034. Fatores como o alto nível de renda familiar e o baixo número de consultas pré-natais estão associados à incompletude da vacinação, refletindo desigualdades no acesso e na adesão às imunizações, além de possivelmente contribuir para a hesitação vacinal em famílias de classes sociais mais altas. CONCLUSÕES: ​A queda na imunização infantil destaca a vulnerabilidade da população a surtos de doenças preveníveis. Diante desse cenário, a importância do monitoramento epidemiológico contínuo e a análise dos determinantes sociais e regionais da adesão vacinal são cruciais para o planejamento de estratégias eficazes de saúde pública.

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Biografia do Autor

  • Ana Paula Beirigo Barbosa, IFMSA Brazil UNIEVANGÉLICA

    https://orcid.org/0009-0005-2918-934X

  • Giovanna de Moura Frutuoso, IFMSA Brazil UNIEVANGÉLICA

    https://orcid.org/0009-0005-3721-9721

  • Karla Cristina Naves de Carvalho, IFMSA Brazil UNIEVANGÉLICA

    https://orcid.org/0000-0003-4806-8672

Referências

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Publicado

2025-12-08

Como Citar

TENDÊNCIA DA COBERTURA VACINAL INFANTIL DA PENTAVALENTE EM GOIÁS: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA. (2025). Anais Do Momento Científico Da IFMSA Brazil, 63(2). https://revistas.ifmsabrazil.org/eventos/article/view/1392