SUZETRIGINE COMO ANALGÉSICO NÃO OPIOIDE NO MANEJO DA DOR AGUDA EM ADULTOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Palavras-chave:
Analgesia, Eficácia, Dor AgudaResumo
INTRODUÇÃO: A dor envolve aspectos sensoriais, emocionais, afetivos e cognitivos. Quando não tratada corretamente, pode aumentar os níveis de morbidade e incapacidade, gerando impactos sociais significativos. Os opioides são drogas derivadas da papoula com alto índice de analgesia, embora sejam comumente prescritos para tratar dores moderadas a graves, seu uso traz riscos elevados de dependência, tolerância e efeitos adversos. Nesse contexto, a suzetrigine, um medicamento oral não opioide, surge como uma alternativa promissora. Ela age inibindo seletivamente o canal de sódio dependente de voltagem 1.8 (NaV1.8), presente nos neurônios sensoriais periféricos, como os do gânglio da raiz dorsal. OBJETIVO: Analisar a eficácia da suzetrigine no manejo da dor aguda moderada a grave em adultos. METODOLOGIA: Foi realizada uma revisão integrativa na base PubMed, utilizando descritores como “suzetrigine” e “pain treatment”, com o operador booleano “AND” e os filtros “in the last 5 year”, “free full text” e “english and spanish”. Os critérios de inclusão foram estudos realizados nos últimos 5 anos em qualquer idioma, ao final foram identificados 12 artigos, onde um foi excluído por não estar relacionado ao objetivo do presente estudo. RESULTADOS e DISCUSSÃO: Em estudos clínicos randomizados, a eficácia da suzetrigina foi comparada à associação hidrocodona/acetaminofeno em pacientes submetidos a bunionectomia e abdominoplastia, mostrando um perfil de segurança favorável e redução significativa da dor, com menor incidência de efeitos adversos em relação aos opioides. Os eventos adversos mais comuns foram leves, como cefaleia, náuseas e desconforto gastrointestinal. Ao contrário dos opioides, a suzetrigina não causou depressão do sistema nervoso central ou efeitos respiratórios, nem sinais de dependência. No entanto, por induzir a enzima CYP3A, pode reduzir a eficácia de fármacos dependentes dessa via e aumentar o risco de reações adversas quando administrada com inibidores moderados ou fortes do CYP3A. Atualmente, em fase 4 de desenvolvimento, se sua eficácia for confirmada, a suzetrigina pode representar um avanço no controle da dor, oferecendo uma alternativa mais segura aos opioides. CONCLUSÕES: As evidências disponíveis indica que a suzetrigina é eficaz como analgésico não opióide em dor aguda moderada a grave, com perfil de segurança vantajoso e baixo potencial abusivo, sem provocar efeitos adversos típicos do sistema nervoso central, como sedação ou prejuízo cognitivo. Logo, os resultados sugerem que sua incorporação em protocolos de analgesia multimodal pode reduzir o uso de opióide, contribuindo para estratégias seguras e eficazes no manejo da dor. Dessa forma, estudos adicionais de longo prazo são recomendados para avaliação em diferentes populações e contextos clínicos.
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