DESAFIOS DIÁRIOS DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NA ALA INDÍGENA: UMA ANÁLISE QUALITATIVA EM HOSPITAL PEDIÁTRICO
Palavras-chave:
Pediatria, Equipe Multiprofissional, Saúde IndígenaResumo
INTRODUÇÃO: A Lei Arouca criou um Subsistema de Atenção à Saúde Indígena que estrutura os serviços de saúde direcionados aos povos indígenas por meio de Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), dessa forma, almejando considerar as especificidades geográficas e sociais de cada povo há há 2 DSEI's que trabalham de forma integrada, principalmente por evidenciar os desafios na prestação de cuidado transcultural nesse hospital com as comunidades assistidas. Além disso, divulgar um contexto diferenciado em saúde, fortalece as políticas públicas culturalmente sensíveis e promove equidade no acesso aos serviços. OBJETIVO: Apresentar as principais implicações da assistência à saúde das crianças indígenas sob a ótica da equipe multiprofissional. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa exploratória de abordagem qualitativa descritiva realizada por meio de entrevista semiestruturada com 10 perguntas voltadas para o cotidiano hospitalar. Este trabalho foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade XXX sob o CAAE: 83299124.0.0000.5621. Foram incluídos 7 profissionais de ambos os sexos, que atuam dando assistência aos pacientes pediátricos indígenas no hospital XXX. As conversas foram gravadas, os participantes assinaram o Registro de Consentimento Livre e Esclarecido e os dados analisados no programa MAXQDA. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Quanto às principais dificuldades encontradas no atendimento às crianças indígenas, as mais relatadas foram: a barreira linguística e a influência da cultura. Há 3 etnias com maior frequência – Y, W e Z – cada uma com léxico diferente e muitas vezes a comunicação é feita por meio de palavras-chave ou com ajuda de apenas um intérprete disponível no hospital. Outro ponto levantado foi em relação aos tratamentos hospitalares, em que doenças mais frequentes são pneumonia e desnutrição grave, com a necessidade de manejo invasivo e cauteloso para a recuperação. Por questões de falha nessa comunicação, muitos responsáveis não permitem procedimentos como acessos venosos e sondas nasogástricas porque acreditam que a criança está se machucando. Por outro lado, o hospital conta com um bloco voltado à população indígena, de maneira a tentar diminuir os impactos culturais e apesar dos desafios, os profissionais demonstraram que a gratificação supera as barreiras diárias. Os resultados encontrados ecoam em várias evidências da literatura sobre saúde indígena no Brasil e em contextos parecidos, reforçando tanto os desafios quanto as oportunidades de intervenção. CONCLUSÕES: Logo, como limitações destacam-se amostra pequena (n=7) e monocêntrica (um hospital), pois não foram entrevistados toda equipe multidisciplinar do setor e pertencem a realidade de um estado. Nota-se a necessidade de aumentar essa amostra em pesquisas futuras, para que essas implicações sejam mais evidentes e possam ser remediadas a fim de garantir a equidade no cuidado à saúde indígena pediátrica.
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Referências
1. LINARTEVICHI, V. F.; BAGGIO, G. C.; KUTZ, D. A. S.; et al. Desafios dos profissionais de saúde no atendimento aos povos indígenas no Brasil – uma revisão. Ver. Research, Society and Development, v. 11, n. 16, p. 1-7, 2022.
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