PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA GASTROSQUISE NO BRASIL: UMA ANÁLISE DOS NASCIDOS VIVOS COM MALFORMAÇÃO CONGÊNITA
Palavras-chave:
Gastroquise, Malformação Congênita, Saúde PúblicaResumo
INTRODUÇÃO: A gastrosquise é uma malformação congênita da parede abdominal, na qual os intestinos nascem expostos à direita do umbigo, sem membrana de proteção. A teoria mais aceita é que a gastrosquise decorre de uma isquemia do ventre fetal durante a formação que acontece entre a 5ª e a 8ª semana da embriogênese, por onde ocorre a trajetória nutricional, com o decrescimento da veia umbilical direita a artéria onfalomesentérica direito. Nas últimas décadas, tem-se observado um aumento na prevalência dessa condição em diversos países, inclusive no Brasil, onde representa um desafio significativo para o sistema de saúde pública devido à sua alta morbimortalidade neonatal e à necessidade de cuidados intensivos especializados desde o nascimento. OBJETIVO: Visa analisar o perfil epidemiológico da gastrosquise no Brasil, no período de 5 anos (2019 - 2023). METODOLOGIA: Trata-se de um estudo epidemiológico de série mista. A extração dos dados foi realizada pelo Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), disponibilizado pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As variáveis consideradas foram: ano de notificação, raça/cor e região de ocorrência. Foram analisados os registros referentes ao período de 2019 a 2023, abrangendo um total de 5 anos. Incluíram-se todos os nascidos vivos registrados no território brasileiro no período mencionado. Foram extraídos especificamente os casos com diagnóstico de gastrosquise, codificados conforme a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), sob o código Q793. RESULTADOS e DISCUSSÃO: A análise epidemiológica da Gastrosquise no Brasil, utilizando dados do SINASC de 2019 a 2023, revelou um total de 2.831 casos de nascidos vivos com essa malformação, com uma distribuição anual relativamente estável e com pequenas oscilações ano a ano. Predominantemente, os casos foram observados em indivíduos de raça/cor Parda (1.587 casos), seguidos pelos de raça/cor Branca (884 casos), com as demais raças/cores apresentando frequências significativamente menores. Geograficamente, a incidência da gastrosquise demonstrou considerável variação entre os estados, com São Paulo registrando o maior número de casos (503), seguido por Rio de janeiro (264) e Minas Gerais (198), enquanto estados como Acre, Tocantins e Amapá apresentaram as menores ocorrências, indicando uma distribuição concentrada em grandes centros populacionais.. CONCLUSÕES: Nesse sentido, a gastrosquise se destaca como uma malformação congênita relevante devido à sua elevada morbimortalidade e à demanda por cuidados intensivos imediatos após o nascimento. Por meio da análise do perfil epidemiológico observa-se que indivíduos pardos e nascidos no estado de São Paulo são os mais acometidos pela gastrosquise, o que contribui para o planejamento de estratégias voltadas à prevenção, ao diagnóstico precoce e ao adequado manejo neonatal.
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Referências
1. PONTES, K. F. M. et al. Fetal Gastroschisis: Review From Diagnosis to Delivery. J. Clin. Ultrasound. v. 53, n. 5, 2025. Disponível em: >https://doi.org/10.1002/jcu.23976>.
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