IMPACTOS PSICOLÓGICOS DOS TRANSTORNOS ALIMENTARES RELACIONADOS À IMAGEM CORPORAL: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Palavras-chave:
Transtornos da Alimentação e da Ingestão de Alimentos, Sofrimento Psicológico, Imagem CorporalResumo
INTRODUÇÃO: Os transtornos alimentares constituem um grupo de condições psiquiátricas caracterizadas por padrões alimentares desequilibrados, associados a distorções na percepção da imagem corporal, resultando em consequências físicas e emocionais complexas. Dentre as manifestações mais comuns, destacam-se a anorexia nervosa, a bulimia nervosa e o transtorno da compulsão alimentar. Nesse contexto, os impactos psicológicos ligados à imagem corporal ganham relevância, já que mais de 20% dos jovens apresentam transtornos alimentares, segundo o Ministério da Educação. OBJETIVO: Discutir os impactos psicológicos dos transtornos alimentares associados à imagem corporal. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão da literatura, realizada na base de dados PubMed, utilizando os descritores “body image AND Psychological AND feeding and eating disorders”. Foram incluídos artigos originais, disponíveis na íntegra, no idioma inglês e português, publicados nos últimos cinco anos(2020-2025). Foram excluídos artigos com pouca relevância para o tema. Identificou-se, no total, 129, após análise sobraram 33. Desses, 6 preencheram os critérios de elegibilidade e foram selecionados. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os transtornos alimentares configuram condições de impacto multidimensional, abrangendo repercussões tanto individuais como sociais. Nesse sentido, estudos demonstram que tais distúrbios afetam expressivamente a saúde mental,relacionando-se a quadros de baixa autoestima, ansiedade, depressão e distorção de imagem. A adolescência é a fase de maior vulnerabilidade, pois a exposição intensa às mídias digitais e às normas estéticas nelas veiculadas potencializa a ocorrência ou agravamento dessas condições. A fisiopatologia da ansiedade atua diretamente no sistema neuroendócrino, principalmente com neurotransmissores como a adrenalina, que mantém a homeostase energética. Nesse contexto, a dopamina, neurotransmissor vinculado aos mecanismos psíquicos dos transtornos alimentares, é responsável por estimular o apetite e caracterizar a personalidade impulsiva, intensificada em indivíduos portadores dessa condição. Dos estudos sobre dopamina na compulsão alimentar, 83,9% apontam alterações. Em 34,6% há estado hiperdopaminérgico, e em 65,4% hipodopaminérgico. Em conjunto, tais neurohormônios promovem disfunções nos padrões neuroendócrinos do sistema mesolímbico, gerando desequilíbrio nos circuitos de recompensa e compulsão alimentar. CONCLUSÕES: Percebe-se que o crescente aumento do número de pessoas com transtornos alimentares deve ser considerado como um sério problema de saúde pública. Destaca-se a importância do acompanhamento contínuo multiprofissional especializado, que envolva psicólogos e psiquiatras, a fim de minimizar os prejuízos físicos e mentais às vítimas de transtornos alimentares. Ademais, é fundamental conscientizar a população, especialmente jovens, famílias e profissionais de saúde acerca desses distúrbios, minimizando desfechos negativos nesses pacientes.
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Referências
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