USO DE ATORVASTATINA NA CARDIOTOXICIDADE INDUZIDA POR QUIMIOTERÁPICOS
Palavras-chave:
Atorvastatina, Cardiotoxicidade, QuimioterápicosResumo
INTRODUÇÃO: A cardiotoxicidade induzida por quimioterápicos constitui uma das principais complicações dos tratamentos oncológicos, associando-se à insuficiência cardíaca a longo prazo. Diante disso, as estatinas, principalmente a atorvastatina, têm sido alvo de estudos por seus efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios, como uma possível ferramenta para a cardioproteção. Nesse sentido, analisa-se as evidências atuais sobre o uso atorvastatina como estratégia de prevenção primária da cardiotoxicidade associada à quimioterapia. OBJETIVO: Este estudo tem como objetivo verificar na literatura as evidências do efeito cardioprotetor da Atorvastatina. METODOLOGIA: Foi realizada uma revisão integrativa a partir de uma busca realizada nas bases de dados PubMed e Cochrane, na qual foram utilizados os descritores "hydroxymethylglutaryl-CoA reductase inhibitors", "cardiotoxicity" e "atorvastatin" combinados pelos operadores booleanos AND e OR, obtendo-se 44 artigos. Realizando a seleção apenas de ensaios clínicos publicados de 2020 a 2025, chega-se ao resultado de 13 artigos. Após a triagem final, cinco artigos foram selecionados para análise final. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Os estudos analisados demonstraram a relevância da atorvastatina na proteção dos cardiomiócitos e na preservação da função miocárdica frente à cardiotoxicidade induzida por quimioterápicos. Essa proteção parece estar relacionada aos efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes das estatinas, as quais podem reduzir o estresse oxidativo e a inflamação no tecido miocárdico, promovendo, assim, a integridade estrutural e funcional das células cardíacas. Além da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE), diversos estudos incluíram a avaliação de parâmetros adicionais da função cardíaca, como o índice de volume diastólico final do VE, o índice de volume sistólico final do VE e o índice de volume sistólico (stroke volume) do VE. Esses parâmetros apresentaram manutenção ou melhora nos pacientes que utilizaram estatinas durante o tratamento, enquanto os grupos controle apresentaram piora. CONCLUSÕES: Os estudos analisados indicam que a atorvastatina pode exercer um papel importante na prevenção da disfunção cardíaca induzida por quimioterapia, sobretudo em regimes com antraciclinas. Seu efeito protetor está relacionado à redução do estresse oxidativo e da inflamação no miocárdio, contribuindo para a preservação da fração de ejeção do ventrículo esquerdo e de parâmetros volumétricos cardíacos. Esses achados sugerem que a atorvastatina pode ser uma estratégia adjuvante eficaz no cuidado oncológico. No entanto, ainda são necessários mais estudos para consolidar sua aplicação clínica.
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Referências
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3. STONE, J. A.; STONE, J. E. Statins to Protect Against Cancer Chemotherapy Cardiotoxicity. Canadian Journal of Cardiology, v. 31, n. 3, p. 244–246, mar. 2015.
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Copyright (c) 2025 Taís dos Santos Sinimbú , Ana Laura Fonteles Santos (Tradutor); Giordana Teixeira da Silva Profeti, Eloah Mourão Corrêa, Rhomero Salvyo Assef Souza (Autor)

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