“FIGHT LIKE A GIRL FOR KIDS”: CONSCIENTIZAÇÃO E AUTODEFESA PARA CRIANÇAS
Palavras-chave:
Educação Infantil, Igualdade de Gênero na Saúde, Representatividade FemininaResumo
INTRODUÇÃO: No Brasil, crianças e adolescentes enfrentam riscos de abuso dentro de suas casas, com 68,7% dos casos ocorrendo em ambientes residenciais, sendo a maioria das vítimas do sexo feminino. Na zona leste de São Paulo, há uma lacuna no acesso a informações sobre autoproteção, especialmente após o aumento de casos de violência infantil durante a pandemia de COVID-19. OBJETIVO: A campanha "Fight Like a Girl for Kids", realizada pela IFMSA Brasil Santa Marcelina, buscou educar sobre autodefesa, conscientização corporal e prevenção de violência. O objetivo foi abordar temas como respeito aos limites, o direito de dizer “não” e o conceito de consentimento de forma acessível para as crianças. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A campanha foi realizada em 30/08/2024, com a participação de 57 crianças de 6 e 7 anos, divididas em dois períodos. A primeira atividade foi uma palestra interativa, em parceria com o projeto Bonekas, utilizando bonecas de velcro com sinalização nas cores verde, amarelo e vermelho para ensinar as crianças sobre as partes do corpo, identificando as áreas que podem e as que não devem ser tocadas, respectivamente. A segunda atividade consistiu em movimentos de autodefesa, em parceria com a atlética da faculdade, capacitando as crianças a reagirem em situações de risco. Bonecas e bolas infláveis foram entregues para reforçar o aprendizado e engajar as crianças. A avaliação de impacto envolveu uma atividade onde as crianças pintaram ou circularam as partes íntimas de uma silhueta e desenharam o movimento de autodefesa que mais gostaram. REFLEXÃO DA EXPERIÊNCIA: A avaliação de impacto revelou que 92% das crianças identificaram corretamente as partes íntimas que não devem ser tocadas. Além disso, houve grande envolvimento com a prática de autodefesa, com a maioria das crianças preferindo o golpe de defesa do pescoço. Embora algumas apresentassem resistência, principalmente pela percepção de que sua força física não era suficiente, explicações sobre autoconfiança ajudaram a superar essa barreira. Durante a campanha, também houve a troca de informações relevantes, com algumas crianças compartilhando experiências relacionadas à violência no ambiente doméstico e escolar, que foram encaminhadas para os orientadores do local. O uso de técnicas lúdicas e uma abordagem cuidadosa foram fundamentais para garantir a eficácia da campanha, promovendo segurança e autoconhecimento entre as crianças, incentivando-as a identificar abusos e procurar ajuda. CONCLUSÕES: Os resultados da campanha "Fight Like a Girl for Kids" indicam que a abordagem utilizada foi eficaz na conscientização das crianças sobre a proteção do corpo e a prevenção de violência sexual, proporcionando ferramentas para que as crianças se sintam mais seguras e capacitadas a identificar e lidar com situações de abuso.
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Referências
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