SUICÍDIO NO CONTEXTO PÓS-PANDÊMICO: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE BRASIL E MATO GROSSO DO SUL
Palavras-chave:
Saúde Mental, Suicídio, BrasilResumo
INTRODUÇÃO: O suicídio é um importante problema de saúde pública e uma das principais causas de morte evitável no mundo. Em 2019 foram registradas mais de 703 mil mortes globais, sendo 13.523 no Brasil. Mato Grosso do Sul apresenta índices historicamente superiores à média nacional. Ainda, com a pandemia de COVID-19 agravou-se os fatores de risco como depressão, ansiedade e ideação suicida. Diante disso, este estudo propõe uma análise comparativa dos dados de 2023 entre Brasil e Mato Grosso do Sul para compreender especificidades regionais e apoiar políticas públicas no período pós-pandêmico. OBJETIVO: Analisar os indicadores de mortalidade por suicídio no Brasil e no estado de Mato Grosso do Sul no ano de 2023, no contexto pós-pandêmico. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo quali-quantitativo no qual os dados foram extraídos da plataforma TABNET/DATASUS, utilizando as palavras-chave “saúde mental”, “suicídio” e “Brasil”. A coleta considerou informações referentes ao ano de 2023, no cenário nacional e no estado de Mato Grosso do Sul. A análise foi realizada por meio de estatística descritiva, buscando identificar padrões e variações. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os dados de 2023 evidenciaram que o Brasil apresentou um número expressivo de óbitos por suicídio, com variações significativas entre regiões. O estado de Mato Grosso do Sul destacou-se por registrar taxas proporcionalmente mais elevadas, confirmando a tendência histórica de maior vulnerabilidade na região Centro-Oeste. Observou-se predominância dos casos no sexo masculino, sobretudo em faixas etárias economicamente ativas. A análise também demonstrou relação entre municípios de menor porte e taxas mais altas, sugerindo fragilidades na rede de atenção psicossocial. Em âmbito nacional, os índices mostraram relativa estabilidade, enquanto Mato Grosso do Sul apresentou crescimento em relação aos anos anteriores. Os resultados demonstram que Mato Grosso do Sul apresenta taxas de suicídio superiores à média nacional. O fenômeno atinge de forma marcante o público jovem, sobretudo aqueles de baixa escolaridade, o que evidencia a relação entre vulnerabilidade educacional e risco aumentado. Outro fator relevante é a raça/cor da pele, uma vez que populações historicamente marginalizadas enfrentam barreiras de acesso a serviços de saúde mental e sofrem maior impacto das desigualdades sociais. Tais achados reforçam que o suicídio deve ser analisado além dos determinantes individuais, incorporando dimensões sociais e estruturais. No estado, fragilidades na rede de atenção psicossocial e fatores culturais podem contribuir para os índices elevados. Assim, a análise revela não apenas a gravidade do cenário, mas também a necessidade de respostas regionais assertivas. CONCLUSÃO: A análise evidencia que o suicídio permanece como desafio relevante no Brasil, com maior impacto em Mato Grosso do Sul. Reforça-se, assim, a urgência de políticas públicas regionais eficazes de prevenção e cuidado em saúde mental.
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Referências
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