TENDÊNCIAS E DISTRIBUIÇÃO DAS INTERNAÇÕES POR EPILEPSIA NO BRASIL NO PERÍODO DE 2019 A 2023
Palavras-chave:
Epilepsia, Comorbidades Neuropsiquiátricas, Estratégias AssistenciaisResumo
INTRODUÇÃO: A epilepsia é uma condição neurológica frequente, com crises não provocadas, alto risco de recorrência e associação a comorbidades neuropsiquiátricas. Cerca de 30% dos casos são refratários ao tratamento. No Brasil, as internações refletem desigualdades no cuidado, tornando essencial a análise epidemiológica para orientar políticas públicas e estratégias assistenciais. OBJETIVO: Determinar o perfil epidemiológico das internações hospitalares por epilepsia no Brasil entre 2019 e 2023. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo ecológico de série mista, baseado na análise de dados obtidos a partir do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), disponibilizado pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Foram selecionados os registros de internações hospitalares que apresentavam como diagnóstico principal o código G40 da Classificação Internacional de Doenças – 10ª revisão (CID-10), correspondente à epilepsia. Foram analisados número de internações por região, tempo de permanência nas internações, valor médio da internação e dos serviços hospitalares, além do caráter de atendimento predominante, número de óbitos e a taxa de mortalidade. Outras variáveis como raça/cor, idade e sexo também foram consideradas nesta pesquisa. Os dados foram analisados no Microsoft Excel. RESULTADOS e DISCUSSÃO: No período de 2019 a 2023, o Brasil registrou 285.327 internações por epilepsia, sendo 2023 o ano que concentrou o maior número (64.736), em oposição à 2020, com o menor registro (49.204). A região sudeste apresentou a maior quantidade de internações no período analisado, enquanto a região norte (15.823), a menor. A faixa etária que se destacou com o maior número de internações foi de 1 a 4 anos (46.739), seguida de 50 a 59 anos. Entre gêneros, o sexo masculino apresentou um maior número de internações em todos o período analisado, correspondendo a 57,9%. Houve predominância da cor/raça parda (45,39%). A média de permanência foi de 6,1 dias, onde a região sudeste também se destacou por possuir uma média acima da nacional (7,2 dias). O valor médio por internação no período analisado foi de R$ 959,38, enquanto o valor dos serviços hospitalares total registrado foi de R$ 230.850.459,03, os quais 27,08% concentraram-se apenas em 2023. Quanto à natureza do atendimento, 93,22% foram de caráter de urgência. Foram registrados 7.607 óbitos, corroborando com uma taxa de mortalidade de 2,67%. CONCLUSÕES: Nesse sentido, a epilepsia se destaca como uma condição neurológica relevante, com impacto expressivo nas internações hospitalares e associações com variáveis como faixa etária, sexo, raça/cor e região de residência. Portanto, a partir da identificação de padrões epidemiológicos foi observado que o perfil epidemiológico mais acometidos foram indivíduos pardos, do sexo masculino, entre 1 a 4 anos e que se encontram na região sudeste.
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Referências
1. KRISHNAMURTHY, K. B. Epilepsy. Annals of Internal Medicine, 8 abr. 2025. Disponível em: <https://doi.org/10.7326/ANNALS-25-00494>. Acesso em: 20 jul. 2025.
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Copyright (c) 2025 Lucca Pereira Castro Rocha, Maria Julia Barbosa Pinheiro, Juliana de Sousa Ribeiro Lopes, Ludmila de Santana Caitano, Tiago Landim D'Ávila (Autor)

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