PREVALÊNCIA DAS INTERNAÇÕES POR NEOPLASIA MALIGNA DO COLO DO ÚTERO NO ESTADO DO PARÁ NO PERÍODO DE 2020 A 2024
Palavras-chave:
Neoplasias do Colo do Útero, Papillomaviridae, Vacinas contra Papillomavirus, Internação Hospitalar, PrevalênciaResumo
INTRODUÇÃO: A neoplasia maligna do colo do útero acomete o epitélio cervical, manifestando-se com sangramento vaginal irregular e dor pélvica, podendo evoluir para óbito. Sua ocorrência é maior em áreas com elevada prevalência de infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), como a região Norte do Brasil, o que reforça a relevância da vacinação. A vacina, disponibilizada pelo SUS, protege contra os principais subtipos oncogênicos (16 e 18), responsáveis por cerca de 70% dos casos, sendo mais eficaz quando administrada antes do início da vida sexual, indicada a partir dos 9 anos de idade. OBJETIVO: Identificar a prevalência das internações por neoplasia maligna do colo do útero no Pará, entre 2020 e 2024. METODOLOGIA: Estudo descritivo, retrospectivo e transversal, baseado em dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS/DATASUS). Foram avaliadas as variáveis: número de internações por ano, faixa etária, cor/raça, caráter do atendimento e classificação da internação. RESULTADOS e DISCUSSÃO: No período analisado, registraram-se 3.976 internações. O maior número ocorreu em 2024 (937 – 23,56%) e o menor em 2020 (561 – 13,85%). Em 2021 foram 739 (18,58%), em 2022, 841 (21,15%) e em 2023, 853 (21,45%), revelando prevalência relativamente constante com tendência de aumento, possivelmente devido à melhora dos registros. A faixa etária mais acometida foi de 40 a 49 anos (1.152 – 28,97%), seguida por 30 a 39 anos (907 – 22,81%). Tal padrão pode estar relacionado à baixa cobertura vacinal em décadas anteriores e a fatores de risco como tabagismo, álcool e múltiplos parceiros. Quanto à cor/raça, houve predominância de mulheres pardas (3.586 casos), evidenciando desigualdades étnico-raciais no acesso à prevenção, rastreamento e tratamento. A maioria das internações foi de urgência (2.635), contra 1.341 eletivas, sugerindo diagnósticos ainda em estágios avançados. Quanto à natureza, 3.611 casos foram por neoplasia maligna e 365 por carcinoma in situ, refletindo a significativa carga da doença e a necessidade de estratégias preventivas mais eficazes. CONCLUSÕES: A baixa cobertura vacinal, associada a fatores de risco de estilo de vida e predisposição genética, contribuiu para o aumento observado entre 2020 e 2024. Evidencia-se a necessidade de políticas públicas que ampliem a vacinação contra o HPV e fortaleçam o rastreamento precoce, a fim de reduzir a incidência e mortalidade por câncer do colo uterino no Pará.
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Referências
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