EDUCAÇÃO EM SAÚDE E REPELENTES CASEIROS NA PREVENÇÃO DA DENGUE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Palavras-chave:
Dengue, Repelentes de Insetos, Educação em Saúde, Prevenção de DoençasResumo
INTRODUÇÃO: A dengue representa um grave desafio de saúde pública no Brasil, com mais de 1 milhão de casos prováveis e 681 óbitos confirmados até março de 2025. Dada a ausência de tratamento antiviral específico, a prevenção emerge como a estratégia mais eficaz para reduzir a morbimortalidade. Nesse cenário, a educação em saúde é crucial para capacitar a população e promover a participação comunitária no combate ao vetor, controlando a incidência da doença. OBJETIVO: Relatar a experiência de acadêmicos de medicina em uma ação de prevenção da dengue, detalhando suas ações educativas, visando disseminar conhecimentos, boas práticas em saúde pública e fomentar futuras iniciativas de educação em saúde em contexto acadêmico e comunitário. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A campanha "Barreira do Bem", desenvolvida por 90 acadêmicos de medicina, foi conduzida durante 5 dias em dois hospitais. Em estações de atendimento, voluntários conscientizaram a população sobre a dengue (sinais de alerta, mecanismo de transmissão, medidas de proteção, uso correto de repelentes e eliminação de criadouros de Aedes aegypti) por meio de conversas e da entrega de folhetos informativos. Adicionalmente, foi implementada uma oficina prática de produção de repelentes caseiros, demonstrando uma alternativa acessível para a proteção pessoal. Os repelentes confeccionados foram distribuídos ao público, juntamente com sua receita. REFLEXÃO DA EXPERIÊNCIA: O projeto exemplifica como ações de educação em saúde podem integrar aprendizado acadêmico e impacto social. O envolvimento de estudantes de Medicina não apenas promoveu a conscientização da comunidade, mas também desenvolveu nos futuros profissionais habilidades essenciais em comunicação, empatia e mobilização social, elementos cruciais para a prática médica humanizada. A avaliação da ação revelou superação das expectativas e expressivo engajamento do público: 100% dos participantes relataram ter recebido informações claras sobre os principais sinais de alerta da dengue e 96% manifestaram intenção de adotar medidas preventivas contínuas. A oficina do repelente demonstrou ser uma ferramenta prática eficaz, com 88,7% dos participantes aprendendo a aplicar corretamente o repelente e 98,4% se sentindo aptos a compartilhar as orientações, evidenciando o potencial multiplicador da iniciativa. Esses resultados reforçam a percepção de que a proximidade e a oferta de soluções práticas são fundamentais para o sucesso de ações de saúde pública, ao mesmo tempo em que a experiência solidificou o compromisso dos acadêmicos com a saúde coletiva. CONCLUSÕES: A campanha demonstrou ser uma intervenção eficaz, atingindo seus objetivos de transmitir conhecimento, sensibilizar e capacitar a comunidade. Os resultados reforçam a relevância de ações acadêmicas-comunitárias na promoção da saúde pública e no incentivo à adoção de práticas preventivas contra a dengue.
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