TRANSTORNOS MENTAIS EM ADULTOS VIVENDO COM HIV: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Resumo

INTRODUÇÃO: ‌O HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) é um importante problema de saúde pública mundial, que compromete o sistema imunológico. Apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento, o estigma social ainda afeta negativamente a saúde mental de pessoas vivendo com HIV, prejudicando a qualidade de vida e a adesão terapêutica. OBJETIVO: Analisar a prevalência e os fatores associados aos transtornos mentais em adultos vivendo com o HIV, destacando os impactos na qualidade de vida e na adesão ao tratamento. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão sistemática embasada em artigos na base de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) com os termos "Infecções por HIV" AND ("Transtorno Depressivo" OR "Transtornos de Ansiedade") e os filtros texto completo, Disponível, Estudo de etiologia, Estudo de prevalência, Estudo observacional , Estudo prognóstico e Ensaio clínico controlado, e Pubmed com a estratégia ‘HIV Infections" AND ("Depressive Disorder" OR "Anxiety Disorders") com os filtros last five years, free  full text, case reports, clinical trials, comparative study, observational study e randomized controlled trial, resultando em 41 artigos, dentre os quais foram selecionados 17 artigos e excluídos 24 por repetição ou inadequação ao tema. RESULTADOS e DISCUSSÃO: A depressão e a ansiedade foram os transtornos mentais mais prevalentes entre pessoas vivendo com HIV, com taxas entre 21,9% a 44,8% e 23,2% a 36,9% respectivamente, seguidos por risco de suicídio (56,8%), transtorno de estresse pós-traumático (41,4%), abuso de álcool (22,7%) e transtorno bipolar (10%). Os sintomas depressivos estavam associados à menor qualidade de vida, estigma internalizado, pior autoeficácia e adesão reduzida à terapia antirretroviral (TARV), especialmente em mulheres. A depressão também foi relacionada a maior progressão da doença, falha imunológica, risco aumentado de mortalidade e ideação suicida. Também, fatores sociais, como estigmas e discriminação, contribuem negativamente com esse cenário. Apesar disso, menos de 15% dos pacientes recebem acompanhamento em saúde mental.  Modelos de cuidado interdisciplinar e integrado fazem-se importantes para o manejo da pessoa vivendo com o HIV, com o intuito comum de promover o melhor desfecho para o paciente. CONCLUSÕES: A pesquisa reforça a necessidade de integrar a saúde mental no cuidado de pessoas com HIV, dado o impacto significativo da depressão e ansiedade na adesão ao tratamento e na qualidade de vida. Superar o estigma e fortalecer a abordagem multidisciplinar são cruciais para melhorar os desfechos clínicos, sociais e psicológicos dessa população, visando uma assistência mais completa e humanizada.