Casos de Doença de Chagas Aguda no Nordeste do Brasil: Um Estudo Ecológico Observacional de 2010 a 2022
DOI:
https://doi.org/10.53843/bms.v10i14.1034Palabras clave:
Doença de Chagas, Epidemiologia, Incidência, BrasilResumen
INTRODUÇÃO: A Doença de Chagas (DC) é uma infecção parasitária endêmica nas Américas, com relevância epidemiológica significativa. Este estudo objetivou analisar a distribuição dos casos de DC Aguda no Nordeste brasileiro entre 2010 e 2022, com ênfase nas variações temporais e nos possíveis fatores associados, com base em dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação. METODOLOGIA: Estudo observacional, transversal e descritivo, que utilizou dados secundários para avaliar a distribuição dos casos por estado, ano e taxa de incidência. Foi realizada análise estatística descritiva simples, com cálculos de frequências absolutas, relativas e taxas de incidência padronizadas por 100 mil habitantes. Os dados foram organizados e analisados utilizando os softwares Microsoft Excel e Word. Devido ao caráter descritivo da análise, não foram aplicados testes estatísticos inferenciais. As flutuações temporais foram analisadas com base na variação anual dos registros, considerando fatores como pandemia de COVID-19, sazonalidade e mudanças na vigilância epidemiológica. RESULTADOS: Foram registrados 134 casos confirmados no período, com destaque para Maranhão e Pernambuco, que concentraram mais de 70% dos casos. A distribuição por ano foi irregular, com picos em 2018 e 2019, e quedas em 2014, 2017 e 2020. A taxa de incidência variou, atingindo seu ápice em 2019, com queda em 2021 e recuperação em 2022. DISCUSSÃO: A distribuição geográfica desigual sugere influência de fatores socioeconômicos e ambientais na propagação da doença. A flutuação das notificações ao longo dos anos pode indicar lacunas na vigilância e dificuldades no preenchimento de notificações, além de possível subnotificação. A queda em 2021 pode ser atribuída à pandemia de COVID-19, que afetou o sistema de saúde e de notificações. CONCLUSÃO: Os achados reforçam a necessidade de fortalecer a vigilância epidemiológica, padronizar notificações e direcionar estratégias de controle para áreas prioritárias, visando à redução da incidência e à melhoria do acesso à saúde.
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