EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL A MATERIAIS BIOLÓGICOS: UM ESTUDO COM RESIDENTES MÉDICOS NO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.53843/bms.v10i14.1087Palavras-chave:
lesão percutânea, noxas, ferimentos perfurantes, médico residente, exposição ocupacionalResumo
Introdução: Os Acidentes de Trabalho com Exposição a Material Biológico (ATEMB) representam uma ameaça significativa à saúde dos profissionais de saúde e é um problema de saúde pública global. Estudos têm mostrado que médicos residentes, devido à sua fase de treinamento e envolvimento em procedimentos invasivos, são especialmente vulneráveis a acidentes com perfurocortantes, agravados pelo estresse hospitalar. O objetivo do trabalho foi analisar a prevalência de lesões percutâneas com risco de exposição a material biológico nos residentes de medicina no Brasil no período de 2020 a 2024. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal com dados epidemiológicos referente à prevalência de acidentes com perfurocortantes em médicos residentes no Brasil utilizando a base de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, no período de 2020 a 2024. Resultados: os procedimentos cirúrgicos foram consistentemente a principal causa de acidentes de trabalho relacionados à exposição a material biológico. Em 2020, esses procedimentos representaram 61% dos casos. Em 2021, houve uma leve redução para 56%, mas os procedimentos cirúrgicos ainda permaneceram como a principal causa. Em 2022, o percentual subiu para 58%, mantendo-se constante em 2023 e com leve redução de 1% em 2024, mas seguiram como a maior causa de tais acidentes, apesar da ligeira variação anual. Conclusão: Os dados ressaltam a importância de reforçar medidas preventivas, especialmente para residentes de medicina, devido à menor experiência prática. Treinamentos regulares, adesão aos protocolos de segurança e uso correto de EPIs são cruciais. Análises constantes dos dados ajudam a identificar e mitigar riscos emergentes.
Referências
1. Pacheco JP, Giacomin HT, Tam WW, Ribeiro TB, Arab C, Bezerra IM, Pinasco GC. Mental health problems among medical students in Brazil: a systematic review and meta-analysis. Braz J Psychiatr. 2017 Oct-Dec;39(4):369-378.
2. Costa LS, Maluf MVJ, Souza JM, Anjos DO. Os fatores estressores e o impacto na saúde mental dos estudantes de Medicina. e-Acadêmica. 2022 Jun;3(2):e5332196.
3. Nepomuceno, WAP. Transtornos mentais comuns nos alunos do curso de medicina de uma universidade federal: compreensões a partir da socionomia [dissertação]. [Fortaleza (CE)]: Universidade Federal do Ceará; 2021. 217p.
4. Damiano RF, Oliveira IN, Ezequiel OS, Lucchetti AL, Lucchetti G. The root of the problem: identifying major sources of stress in Brazilian medical students and developing the Medical Student Stress Factor Scale. Braz J Psychiatr. 2021 Jan-Feb;43(1):35-42.
5. Perotta B, Arantes-Costa FM, Enns SC, Figueiro-Filho EA, Paro H, Santos IS, et al. Sleepiness, sleep deprivation, quality of life, mental symptoms and perception of academic environment in medical students. BMC Med Educ. 2021 Feb;21(1):111.
6. Sacramento BO, Anjos TL, Barbosa AGL, Tavares CT, Dias JP. Symptoms of anxiety and depression among medical students: study of prevalence and associated factors. Rev Bras Educ Med. 2021 Feb;45(1):e021.
7. Carlotto MS, Câmara SG, Batista JV, Schneider GA. Prevalência de afastamentos por transtornos mentais e do comportamento relacionados ao trabalho em professores. Psi Unisc. 2019 Jan;3(1):19-32.
8. Habtamu Y, Admasu, K, Tullu M, Kebede A. Magnitude of common mental disorders and factors associated among people living in Addis Ababa Ethiopia 2018: community based cross-sectional study. BMC Psychiatry. 2022 Mar;22(1):160.
9. Neme GGS, Limongi JE. Prevalência e fatores relacionados a transtornos mentais comuns entre professores universitários de uma universidade federal brasileira. Hygeia. 2019 Jun;15(32):12-120.
10. Ardisson GMC, Andrade RO, Andrião AV, Mafra AC, Fonseca MCKL, Amâncio MG, Menão TL, Almeida MJGG. Saúde mental e qualidade de vida dos estudantes de faculdades de medicina brasileiras: uma revisão integrativa. Rev Eletrônica Acervo Saúde. 2021 Jun;13(6):e6953.
11. Gomes AC. Qualidade de vida e fatores associados à suspeição de transtornos mentais comuns em estudantes de Medicina em universidade de integração latino-americana [tese]. [Ribeirão Preto (SP)]: Universidade de São Paulo; 2019. 141p.
12. Grether EO, Becker MC, Menezes HM, Nunes CRO. Prevalência de transtornos mentais comuns entre estudantes de medicina da Universidade Regional de Blumenau (SC). Rev Bras Educ Med. 2019 Dec;43(1):276-285.
13. Pereira MVS, Pereira MES, Pimenta Neto FC, Costa DS, Sales, ES, Melo JWS et al. Transtornos mentais comuns em estudantes de medicina no Brasil: uma revisão. Rev Fit. 2023 Aug;27(125):e8280129.
14. Soares SJB, Fernandes SFG, Tabalipa R, Kogima F, Jubini MAM, Dias IMV, Soares, VEM, Amaral SS, Cruz MS, Guerra PH. Common mental disorders among medical students: systematic review and meta-analysis of Brazilian studies. São Paulo Med J. 2022 Jul-Aug;140(4):615-622.
15. Miliauskas CR, Junger W, Hellwig N, Bloch KV K, Lopes CS. Community violence in neighborhoods and common mental disorders among Brazilian adolescents. BMC Psychiatry. 2023 Oct;23(1):772.
16. Motta ICM, Soares RCM, Belmonte TSA. Uma investigação sobre disfunções familiares em estudantes de medicina. Rev Bras Educ Med. 2019 Dec;43(1):47-56.
17. Terres H, Celli M, Goedert I, Purhagen G, Bandeira A, Oliveira N, et al. A influência da história familiar na incidência de transtornos mentais em pacientes atendidos em um ambulatório de saúde mental infantil e juvenil em um município do Alto do Vale do Itajaí/SC. Anais do VII Congresso Internacional e XXVII Congresso Nacional da ABENEPI; 2023 Nov 22-25; Curitiba, Brasil; 3.
18. Thiengo DL, Cavalcante MT, Lovisi GM. Prevalência de transtornos mentais entre crianças e adolescentes e fatores associados: uma revisão sistemática. J Bras Psiquiatr. 2014 Oct-Dec;63(4):360-372.
19. Barnett RC, Kibria N, Baruch GK, Pleck JH. Adult daughter-parent relationships and their association with daughters’. J Marriage Fam. 1991 Feb;53(1):29-42.
20. Freitas PM, Costa RSN, Rodrigues MS, Ortiz BRA, Santos JC. Influência das relações familiares na saúde e no estado emocional dos adolescentes. Rev Psicol Saúde. 2020 Out-Dec;12(4):95-109.
21. Ribeiro NSN, Alves SFS. Interações familiares conflituosas e seus efeitos no desenvolvimento da depressão. Res Soc Dev. 2022 Dec;11(16):e391111638169.
22. Souza MS, Baptista ASD, Baptista MN. Relação entre suporte familiar, saúde mental e comportamentos de risco em estudantes universitários. Acta Colomb Psicol. 2010 Jun;13(1):143-154.
23. Richardson RJ. Pesquisa social: métodos e técnicas. 4 ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Atlas, 2017.424 p.
24. Conselho Nacional de Saúde - CNS. Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. [Internet]. Brasília: CNS, 2012. [cited 2024 May 22]. Available from: https://www.gov.br/conselho-nacional-de-saude/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/resolucoes/2012/resolucao-no-466.pdf/view
25. Beusenberg M, Orley J. A user’s guide to the Self Reporting Questionnaire. Geneva, Switzerland: WHO; 1984. 90 p.
26. Iacoponi E, Mari, JJ. Reliability and fator structure of the Portuguese version of Self-Reporting Questionnaire. Int J Soc Psychiatry.1989 Autumn;35(3):213-222.
27. Mari JJ, Williams P. A comparison of the validity of two psychiatric screening questionnaires (GHQ-12 and SRQ-20) in Brazil, using Relative Operating Characteristic (ROC) analysis. Psychol Med. 1985 Aug;15(3):651-659.
28. Mari JJ, Williams P. A validity study of a psychiatric screengin questionnaire (SRQ-20) in primary care in the city of São Paulo. Braz J Psychiatr. 1986 Jan;148(1):23-26.
29. Fernandes AAT, Figueiredo Filho DB, Rocha EC, Nascimento WS. Leia este artigo se você quiser aprender regressão logística. Rev Sociol Polit. 2020 Dec;28(74):e006.
30. Gonçalves DM, Stein AT, Kapczinski F. Avaliação de desempenho do Self-Reporting Questionnaire como instrumento de rastreamento psiquiátrico: um estudo comparativo com o Structured Clinical Interview for DSM-IV-TR. Cad Saúde Pública. 2008;24(2):380-390.
31. Borges GBM, Eidt I, Zilli LN, Michels AMMP, Diaz AP. Defense mechanisms and quality of life of medical students according to graduation phase. Trends Psychiatry Psychother. 2020 Jan-Mar;42(1):74-81.
32. Ranga Krishnan MD. Unipolar depression in adults: Epidemiology. UpToDate [Internet]. 2024. [cited 2025 Jan 15]. Available from: https://sso.uptodate.com/contents/unipolar-depression-in-adults-epidemiology
33. Ranga Krishnan MD. Unipolar depression: Pathogenesis. UpToDate [Internet]. 2022. [cited 2025 Jan 15]. Available from: https://www.uptodate.com/contents/unipolar-depression-pathogenesis
34. Zeng L-N, Yang Y, Feng Y, Cui X, Wang R, Hall BJ, Ungvari GS, et al. The prevalence of depression in menopausal women in China: a meta-analysis of observational studies. J Affect Disord. 2019 Sep;256(1):337-343.
35. Quadros LCM, Quevedo LA, Gonçalves HD, Horta BL, Motta JVS, Gigante DP. Common mental disorders and contemporary factors: 1982 Birth Cohort. Rev Bras Enferm. 2020 Feb;73(1):e20180162.
36. Sehlo MG, Al-Zaben FN, Khalifa DA, Agabawi AK, Akel MS, Nemri IA, Al-Wassie LKA. Stress among medical students in a college of medicine in Saudi Arabia: sex differences. Middle East Curr Psychiatry. 2018 Aug;25(4):150-154.
37. Kinrys G, Wygant LE. Anxiety disorders in women: does gender matter to treatment? Braz J Psychiatr. 2005 Oct;27(2):43-50.
38. Hill KA, Samuels EA, Gross CP, Desai MM, Sitkin Zelin N, Latimore D, Huot SJ, Cramer LD, Wong AH, Boatright D. Assessment of the prevalence of medical student mistreatment by sex, race/ethnicity, and sexual orientation. JAMA Intern Med. 2020 May;180(5):653-665.
39. Rodrigues IHFS, Simões SCS. Socialização feminina e seus efeitos na saúde mental das mulheres. JNT Facit Bus Technol J. 2023 Nov;47(2):151-170.
40. Neponuceno HJ, Souza BDM, Neves NMBC. Transtornos mentais comuns em estudantes de medicina. Rev Bioet. 2019 Jul-Sep;27(3):465-470.
41. Grasdalsmoen M, Eriksen HR, Lonning KJ, Sivertsen B. Physical exercise, mental health problems, and suicide attempts in university students. BMC Psychiatry. 2020 Apr;20(175):1-11.
42. Guo Z, Zhang Y. Study on the interactive factors between physical exercise and mental health promotion of teenagers. J Healthc Eng. 2022 Jan;7158(1):1-4.
43. Holland CJ, Cole M, Owens J. Exercise and mental health: a vital connection. Br J Sports Med. 2024 Jul;58(13):691-692.
44. Kleemann E, Bracht CG, Stanton R, Schuch. Exercise prescription for people with mental illness: an evaluation of mental health professionals’ knowledge, beliefs, barriers, and behaviors. Braz J Psychiatr. 2020 Feb;42(3):272-277.
45. Cooper K, Hards E, Moltrecht B, Reynolds S, Shum A, McElroy E, Loades M. Loneliness, social relationships, and mental health in adolescents during the COVID-19 pandemic. J Affect Disord. 2021. Jun;289(1):98-104.
46. Donahue KL, D’Onofrio BM, Bates JE, Lansford JE, Dodge KA, Pettit GS. Early exposure to parents’ relationship instability: implications for sexual behavior and depression in adolescence. J Adolesc Health. 2010 Dec;47(6):547-554.
47. Barraense GVP, Gomes ML. As implicações psicológicas advindas da ausência paterna: uma revisão de literatura. Rev Casos Consultoria. 2024 May;15(1):e34972.
48. Nunes NL, Carraro PR. Consequências da ausência paterna na formação do indivíduo: uma revisão de literatura. Rev Científica Eletrônica Estácio. 2020 Jan-Jul;14(14):234-245.
49. Lindell AK, Killoren SE, Campione-Barr N. Parent-child relationship quality and emotional adjustment among college students: The role of parental financial support. J Soc Pers Relat. 2021 Feb;38(2):459-81.
50. Khaleque A. Paternal and maternal love in childhood moderates the effects of partner rejection on psychological maladjustment in adulthood. Clin Trials Case Stud. 2024 May;3(3):1-5.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Ana Julia Ferreira Serafim, Liziane Cristina de Almeida Arruda, Leo Adriano Chig
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
As licenças de usuário definem como os leitores e o público em geral podem usar o artigo sem precisar de outras permissões. As licenças públicas do Creative Commons fornecem um conjunto padrão de termos e condições que os criadores e outros detentores de direitos podem usar para compartilhar obras originais de autoria e outros materiais sujeitos a copyright e alguns outros direitos especificados na licença pública disponível em https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR. Ao usar a 4.0 International Public License, a Brazilian Medical Students (BMS) concede ao público permissão para usar o material publicado sob os termos e condições especificados acordados pela revista. Ao exercer os direitos licenciados, os autores aceitam e concordam em obedecer aos termos e condições da Licença Pública Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.
Como Citar
